domingo, 10 de agosto de 2014

RESENHA - LIVRO ''CIDADES DE PAPEL'', POR GLEIZIANE SOUTO


A história se passa em Orlando na Flórida. Um jovem chamado Quentin Jacobsen, conhecido como ''Q'' entre os amigos, vive uma rotina bastante entediante para um jovem de 18 anos e desde criança tem uma paixão platônica por sua vizinha e colega de escola, à misteriosa Margo Roth Spiegelman.
Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar um prêmio Nobel, nem ter um câncer terminal de ouvido. Mas, se você levar em conta todos os eventos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá acontecer a cada um de nós. Eu poderia ser presenciado uma chuva de sapos. Poderia ter me casado com a rainha Inglaterra ou sobrevivido meses à deriva no mar. Mas meu milagre foi o seguinte: de todas as casas em todos os condados da Flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman.”
Certa noite Margo resolve aparecer em sua janela com o rosto pintado de preto e vestida de ninja, convocando-o para um plano de vingança muito bem elaborado. ''Q'' acaba aceitando e os dois partem pelas ruas de Jefferson Park para colocar em prática as onze tarefas de Margo. Ele, nunca imaginaria que aquela seria uma noite que jamais iria esquecer e que iria mudar não só a sua rotina, mas a sua vida.Após as aventuras e adrenalinas vividas naquela noite com a garota por quem era apaixonado, ''Q'' precisa voltar ao mundo real e resolve ir para a escola, achando que as coisas seriam diferentes entre eles. Ao chegar lá descobre que ela desapareceu misteriosamente. Margo costumava sumir ás vezes, deixando pistas que ninguém descobria e seu paradeiro acaba virando um mistério que talvez apenas uma pessoa fosse capaz de descobrir e entender. A partir de então, ''Q'' decide iniciar uma busca por pistas que ela poderia ter deixado, determinado a encontrá-la viva ou morta e conta com a ajuda de seus amigos Ben e Radar.Umas das pistas encontradas foi um poema onde tinham grifos de Margo.Várias vezes, ele tentou se colocar no lugar dela e imaginar o que ela teria pensado ou o que a teria levado a ir embora, mas não é nada fácil se colocar no lugar do outro, pois nunca sabemos os que as pessoas carregam dentro de si.
Vadio uma jornada perpétua.
Vais ser difícil você saber quem sou ou o que estou querendo dizer
Se Não me cruzando na primeira, não desista, Não me vendo num lugar, procure em outro, Em algum lugar eu paro e espero você.Não me vendo num lugar, procure em outro, Em algum lugar eu paro e espero você.Canção de mim mesmo. de Walt Whitman
Após encontrar algumas pistas ele descobre que ela poderia estar em uma “Cidade Papel” uma espécie de Bairro fantasma que só existem nos mapas. No dia de sua colação de Grau ''Q'' descobre a última pista e parte junto com os amigos Ben, Radar e Lacey em uma viagem de 21 horas muito bem planejadas, mais uma aventura se inicia em busca da enigmática Margo.
" Eu seria sugada de volta para aquela vida - responde ela -, e nunca mais conseguiria sair. Não são só as fofocas, as festas e toda aquela merda, mas a fascinação da vida vivida do jeito certo: faculdade, trabalho, marido, filhos e toda essa bobagem."
            John Green é sem dúvida um escritor norte-americano muito querido pelos jovens que adoram literatura estrangeira.
A prosa de Green é impressionante – de gírias e palavrões hilários e intelectuais a filosofias complexas e observações verdadeiras e devastadoras. School library Journal
Em “Cidades de Papel” Green envolve romance, mistério, ação e até um pouco de comédia, em um único livro, prendendo a atenção dos leitores de um jeito único e muito prazeroso.Este livro não fala apenas de um jovem que possui uma paixão platônica e vai atrás de sua amada, mas nos transmite a mensagem de que muitas vezes temos uma visão um pouco distorcida com relação ao próximo. A medida em Quentin buscava pistas descobria uma garota diferente daquela que ele imaginava ser perfeita. Além de nos fazer perceber que vivemos em uma cidade de papel, somos visto de forma superficial, agimos como pessoas de papel. Somos acostumados a rotular as pessoas, não procurando conhecer a sua essência, sua verdadeira identidade.
Eis o que não é bonito aqui em tudo isso: daqui não se vê poeira ou a tinta rachando ou sei lá o quê. Dá para ver o quanto é falso. Não é nem consistente o suficiente para ser feito de plástico. É uma cidade de papel. Quer dizer olhe só para ela, Q: olhe para todas aquelas ruas sem saída, aquelas ruas dão a volta em si mesmas, todas aquelas casas construídas para virem abaixo. Todas aquelas pessoas de papel vivendo suas vidas em casas de papel, queimando o futuro para se manterem aquecidas. Todas as crianças de papel bebendo cerveja que algum vagabundo comprou para elas na loja de papel da esquina. Todos idiotizados com a obsessão por possuir coisas. Todas as coisas finas e frágeis como papel. E todas as pessoas também. Vivi aqui durante dezoito anos e nunca encontrei ninguém que se importasse realmente com qualquer coisa.”
Quando iniciei a leitura percebi que Margo é o tipo de pessoa que é mal compreendida pelos que a cercam, principalmente pelos seus pais que estavam sempre preocupados com o que os outros iriam pensar e com a aparência perante a sociedade, as pessoas tinham uma visão dela que não existia. Ela era uma garota de papel, vivendo em uma cidade de papel. E isso gerou um conflito interno maior do que Quentin podia imaginar.
Quando uma história é bem contada e rica em tantos detalhes é capaz de nos fazer rir, sofrer junto com Quentin e tentar desvendar os mistérios que estariam por traz do sumiço de Margo junto com os personagens, além de nos fazer refletir sobre as amarras sociais em que vivemos. É sem dúvida uma história fantástica!
A cidade era de papel, mas as memórias, não.”

2 comentários:

  1. Acho que eu sou uma das poucas pessoas que ainda não leu esse livro, mas parece ser uma história bem legal.

    http://perdidoemlivros.blogspot.com.br/

    Abraços.

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    1. Eu fiquei com muita vontade de ler ''Cidades de papel'' Gabriel!
      Espero que curta o blog! ;) Abração!!!

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